quinta-feira, 12 de abril de 2012

“Se uma coisa não nos ofender,

Ficará como inesxistente;
Se nada se produzir,
Não existirá espírito.
O sujeito desaparece atrás do objecto;
O objecto esvai-se com o sujeito”.

Como tão bem disse o Epicteto: “Não são as coisas que nos fazem sofrer, é a opinião que nós temos das coisas”. Por outras palavras, Suprimi o real, nada permanecerá. Mas o real (sat em sânscrito), é precisamente o que nada, absolutamente nada, pode destruir. A distinção entre sujeito e objecto está na raíz da dualidade. É a distinção entre aquilo a que se chama “eu” e o que se chama”outro que eu”, ficando subentendido deste modo que no interior de mim, toda a espécie de fenómenos pode ser “objectivada”. Tomemos como exemplo: uma dor nas costas. Se eu der uma importância a essa sensação dolorosa, mesmo desejando ser dela testemunha: “Há sensação dolorosa no fundo das costas”, afirmo ao mesmo tempo, aquele que ressente a sensação dolorosa.
Afirmar o objecto, é afirmar o sujeito. Se eu não ligar à sensação dolorosa, não ligarei tão pouco àquele que está presente para ressentir a sensação dolorosa em questão. Do mesmo modo, no estado de libertação perfeita, essa distinção de um sujeito limitado, para um que toma consciência de um objecto limitado, tomando consciência de um objecto limitado é ultrapassada. A dualidade dá lugar à unidade. A “testemunha” é tão perfeitamente neutra e impessoal, que desaparece enquanto entidade distinta. Só permanecendo “a luz da percepção”.

    Traduzido de Zen et Vedanta de Arnaud Desjardins.

MUITA LUZ!
Imagem retirada de pesquisa na net, desconheço o autor.

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