quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A FONTE DA SAÚDE



Amélia era uma menina muito simpática. Na aldeia onde morava todos gostavam muito dela, porque estava sempre disposta a ajudar quem necessitasse, levava os sacos das mulheres que vinham do mercado, guardava segredos e todas as tardes ia a casa de Dona Beatriz contar-lhe uma história. A pobrezinha estava muito velhinha e quase não via, por isso a Amélia entretinha-a a ler-lhe histórias.

Um dia, a mãe de Amélia não conseguiu levantar-se da cama. O médico pediu-lhe para deitar a língua de fora, tomou-lhe o pulso, pôs-lhe o termómetro e acabou por lhe receitar umas vitaminas que não fizeram nada. E o caso era preocupante, porque a cada dia que passava a mulher ia ficando com pior aspecto. Amélia e o pai estavam muito preocupados, de tal modo que até a levaram ao hospital onde lhe fizeram muitos exames, utilizando todos aqueles aparelhos que são tão esquisitos que até nos assustam um pouco, mas nada, nenhum médico descobria o que se passava com a mãe da Amélia.

A menina foi visitar a Dona Beatriz e contou-lhe o que se passava com a sua mãe, para ver se a anciã que tinha vivido muito a podia ajudar.
- Eu não te posso ajudar, querida, mas pede ajuda aos gnomos.
- Aos gnomos? Mas gnomos não existem no mundo real, só nas histórias, Dona Beatriz!
- Há muitas coisas neste mundo real, como tu lhe chamas, que não conseguem ser vistas com os olhos. É preciso olhá-las com a imaginação e imaginação não te falta – continuou a velhinha – as tuas histórias são tão bonitas que até parece que os gnomos vêm sentar-se no parapeito da minha janela para te escutarem. Não há nada de que gostem mais do que uma história bem contada!
- Mas… - a menina não queria acreditar no que ouvia.
- Experimenta. Olha para a janela do canto do olho e pensa que os vais ver. No princípio parece difícil, mas depois…
Amélia seguiu o conselho de Dona Beatriz… E nada. Quando estava quase a desistir pareceu-lhe ver um movimento.
- Estás a vê-los? – Perguntou a Dona Beatriz – estás a vê-los?
Realmente estava a vê-los. Sobre o parapeito da janela estavam quatro homenzinhos muito pequenos, que lhe acenavam. Amélia apresentou-se e contou-lhes o que se passava. O Rei dos gnomos, que era um dos que costumavam ir ouvi-la, disse-lhe:
- Espera aí, eu já volto. Vou ver a tua mãe.
E desapareceu. Pouco tempo depois, quando voltou a aparecer, olhou para a Amélia com um ar preocupado:
- A tua mãe tem uma ferida muito pequena no pé direito. Deve de ter pisado um objecto pertencente a um dos duendes travessos, um objecto maligno infectado e por isso a ferida está a consumi-la.
- E não se pode fazer nada? – Perguntou a menina.
- A tua mãe só se salvará se lhe lavares a ferida com Água da Fonte da Saúde. Mas a fonte pertence a esses duendes malvados, uma espécie de pequenos trols tão maus como os seus irmãos mais velhos…
- Tenho de conseguir um pouco dessa água! – Interrompeu a menina.
- … E o pior é que essa água só pode ser transportada na taça de Olgum, um recipiente mágico que também se encontra em poder desse povo. E não pode ser derramada só uma gota! – Terminou o gnomo. – Deixa-me pensar no assunto e amanhã digo-te se encontrei alguma solução.
No dia seguinte, a menina chegou a casa de Dona Beatriz muito mais cedo do que habitual.
- Falei com o meu povo e decidimos ajudar-te – comunicou-lhe o Rei. – Mas tens de nos prometer que vais continuar a contar-nos histórias tão belas como a que acabaste de nos contar.
- Claro! – Respondeu Amélia – Que devo fazer?
Os gnomos acompanharam a menina à aldeia dos duendes. O Rei disse-lhe que esperasse escondida, atrás de uma grande rocha. Então os gnomos aproximaram-se dos duendes e estes furiosos começaram a persegui-los, foi nessa altura que a Amélia aproveitou e entrou num casebre onde estava guardada a tala de Olgum, para a encher de água na Fonte da Saúde e sair a correr.
Os gnomos desorientaram os duendes, transformando-se em cogumelos, pedras e outras coisas do bosque. Os duendes muito aborrecidos não tiveram outro remédio senão voltar para casa.
Amélia por seu lado, teve o bom senso de tapar a boca da Taça de Olgum, para não entornar nem uma gota da água milagrosa… O que foi bastante difícil, pois a taça (que tinha muito mau feitio) tentou morder-lhe um dedo. No entanto conseguiu mantê-la tapada, colocando-lhe por cima a palma da mão muito aberta, enquanto corria.
Finalmente, chegou a sua casa com a água da Fonte da Saúde e a primeira coisa que fez foi lavar cuidadosamente a ferida da mãe. De imediato ela começou a ganhar cor e, em poucos dias, recuperou por completo, para grande alegria da Amélia e do seu pai.
A menina cumpriu a promessa que fizera ao Rei dos gnomos, e todas as tardes, voltava a casa de Dona Beatriz, para contar as suas histórias a ela e à multidão de gnomos que se sentavam no parapeito da janela. 

Texto extraído do livro:
 O Bosque Encantado – “A Lenda Dos Gnomos” de Fernando Martínez.

MUITA LUZ!



6 comentários:

  1. Precioso!!!Feliz Navidad!!!Ana María.

    Besos y que éstas fiestas te trigan aquello que mas deseas.

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    1. Gracias amiga, desejo-lhe também um lindo e santo natal.
      Beijinhos de Luz!
      Ana Maria

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  2. Que linda história, e nos ensina a cuprir sempre o que prometemos e essa é uma bela lição.

    Amiga querida não se abate, pense firme e positivo e se "alguém" lhe aborrecer retribua com um sorriso, não se esqueça estou junto de ti.
    Beijinhos de tranquilidade.
    Lua

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    1. grata amada Lua, é muito bom contar com a sua preciosa amizade.
      Beijinhos de doces natalinos.
      Ana Maria

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  3. **.°★。˛ °. *★* *˛. Feliz Navidad y Próspero Año Nuevo˛ °_██_* ˛. (´• ̮•)*˛°ƸӜƷ ¸.•°*”˜ ƸӜƷ ˜”*°•. ✫** .°( . • . ) ˛°.ƸӜƷ ¸.•°*”˜ ƸӜƷ ˜”*°•. ✫** *(...'•'.. ) *˛╬╬╬╬╬----♥Con todo mi amor ♥
    Maribel

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    1. Maribel, gracias minha amiga. Para você desejo também um lindo e auspicioso natal.
      Beijinhos de Luz!
      Ana Maria

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