sábado, 9 de julho de 2016

A SOGRA MALIGNA E A TOALHA MÁGICA

 Há um antigo conto popular japonês que narra a história de uma rapariga que era tiranizada pela sua sogra. Tudo era motivo para ela brigar e a maltratar. A jovem sofria calada, sem responder. Certo dia, um monge andarilho bateu à porta da casa e a nora deu-lhe um bolinho de arroz. Quando soube, a velha senhora ficou furiosa e mandou-a buscar o alimento de volta. Muito constrangida, ela obedeceu. Procurou o homem e explicou que teria de levar o bolinho.

O monge sorriu e devolveu. Também lhe deu uma toalha que deveria ser usada para enxugar o rosto e amenizar o peso da convivência com a mãe do seu marido.

A partir desse dia, a irritadiça mulher começou a notar que sua nora ficava cada vez mais linda. Isso alimentou a sua raiva e inveja. Numa manhã, viu-a enxugar o rosto com a toalha e observou que ela ficava mais bela e radiante. Acreditou tratar-se de um objeto mágico e planejou pegá-lo para si. No dia seguinte, enquanto a jovem foi ao mercado, ela roubou o presente.

Lavou o rosto e enxugou-o uma vez. Nada aconteceu. Esfregou o rosto com mais força. Sua aparência começou a se alterar. Entretanto, em vez de rejuvenescer, como esperava, assumiu a aparência de um monstro. Horrorizada, deu um grito e desmaiou. Quando a nora chegou em casa e viu o que parecia ser uma criatura monstruosa, tentou fugir. A mulher, chorando, implorou por socorro. Reconhecendo a voz da sogra, ela comoveu-se.

Saiu pelo vilarejo em busca do monge. Ele saberia, com certeza, como reverter aqueles efeitos da toalha. Quando, finalmente, o encontrou e contou o que tinha sucedido, o andarilho sorriu e disse:

Quando uma pessoa usa a toalha, revela a aparência de sua alma. Para que ela volte a ser como antes, basta enxugar o rosto com o outro lado do tecido.

Assim foi feito e a velha senhora recuperou a forma anterior. O mais interessante é que algo se modificou nela, depois do ocorrido. Parou de ofender a nora, alterando a maneira de tratamento para com ela. Compreendeu que o aspecto monstruoso, provocado pela toalha mostrava, em verdade, a pequenez de sua alma. Envergonhou-se da maneira cruel com que tratava a esposa do filho e esforçou-se para mudar. Envelheceu feliz, abandonando a raiva, a inveja e a maldade.

Quando cultivamos o orgulho, o egoísmo, a raiva, a inveja e a maledicência, moldamos nossa alma com uma aparência feia, monstruosa.

Se aplicamos o amor, a caridade, a amizade, a solidariedade, a bondade, assumimos formas luminosas de inigualável beleza. É possível modificar a alma por meio da autotransformação, da mudança de padrão vibratório.

Isso requer coragem: olhar-se, ver-se por dentro e assumir o que precisa ser mudado. Depois, é preciso fortalecer os bons sentimentos, que trazemos no íntimo, alguns mais desenvolvidos, outros menos.

Assim, não importa a idade e a aparência física que tenhamos, nossa alma assumirá o aspecto inconfundível das pessoas de consciência leve.

Extraído do Livro: “Contos de Fadas para Adultos” de Allan B. Chinen. Editora Cultrix

MUITA LUZ!

DEIXAR IR

  Aprendi que Nesta Vida Temos de Deixar Ir,  Amores que Já Não Funcionam Amizades que já Não nos Servem E Coisas que Já Nos Incomodam. Apre...